Texto base:(Mateus 22:36-40)36— Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?
37 Jesus respondeu:— “Ame o Senhor, teu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.” 38 Este é o grande e primeiro mandamento. 39 E o segundo, semelhante a este, é: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” 40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.
INTRODUÇÃO
Um ditado popular declara que a união faz a força, sendo assim podemos pensar que a divisão enfraquece e nos impede de alcançar os objetivos. Sabemos que a vivência harmoniosa entre as pessoas em qualquer grupo é um desafio, mas se quisermos alcançar qualquer objetivo como igreja, ou como grupo de pessoas precisamos nos manter unidos.
No capítulo 11 fala da torre de Babel, o povo estava tão unido que não haveria obstáculos para eles. (Gênesis 11:5-6) “5 O Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os seres humanos estavam construindo, 6 e disse: “Eles formam um só povo e falam a mesma língua e eis o que são capazes de fazer. Logo não haverá obstáculo para tudo o que planejarem”.
A união é necessária para crescermos como uma igreja fortalecida vivendo as promessas do Senhor. Por outro lado a desunião enfraquece, fragmenta e frustra os objetivos e alvos que precisamos alcançar juntos, enquanto eles falavam a mesma língua seus objetivos estavam indo muito bem, porém quando passaram a não se entenderem mais abandonaram tudo. (Gênesis 11:7-8) 7 Venham, desçamos e confundamos a língua deles, para que não entendam mais uns aos outros”.
8 E foi dessa forma que o Senhor os espalhou por toda a terra, e eles pararam de construir a cidade.
Encontramos vários exemplos negativos de divisões. No Jardim do Éden houve divisão. Adão desobedeceu a ordem do Senhor, ao tocar onde não deveria, na árvore do conhecimento do bem e do mal. No mundo Árabe, também há divisão. A briga entre árabes e judeus é uma briga entre dois povos irmãos, filhos do mesmo pai Abraão, descendentes de Ismael e Isaque. Entre Esaú e Jacó houve divisão. Esses irmãos brigavam dentro da barriga da mãe. Quando Esaú nasceu, Jacó estava segurando seu calcanhar. Durante toda a vida, Jacó foi um trapaceiro e suas atitudes geraram ódio no coração de seu irmão. A bíblia fala também da parábola do filho pródigo relata um impasse numa família entre o pai e dois irmãos que não combinavam e não se toleravam. O irmão mais velho não tolerava o fato do pai oferecer perdão ao irmão que deixou tudo para trás para viver na libertinagem. Esses exemplos nos fazem ver claramente que sem união nos tornamos fraco, não avançamos e não prosperamos em nada muito menos no reino de Deus.
Algumas pessoas costumam dizer que o povo evangélico é um gigante adormecido. Prefiro dizer que é um gigante enfraquecido pela desunião.
Todos aqueles que nasceram de novo fazem parte da igreja e seus membros devem demonstrar aos olhos do mundo, de forma visível essa unidade que desfrutamos em Cristo.
Vejam o próprio Jesus nos ensinou que para fazermos alguma coisa precisamos estar ligados nele. (João 15: 5) 5 — Eu sou a videira, vocês são os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada.
A discórdia entre as pessoas é uma sombra destruidora da unidade, porque impede o brilho da luz e dificulta a vida da comunidade. Reflete fortemente também na vida e estrutura das famílias, impedindo-as de cumprir a sublime missão de educar bem seus filhos para a prática da fé e da cidadania.
Jesus Cristo, deixou bem claro amem uns aos outros.
João 13:34-35.
34 Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês amem uns aos outros. Assim como eu os amei, que também vocês amem uns aos outros.35 Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros.
Amar ao próximo traz intimidade, união de corpo, alma e espírito.
Paulo orienta aos membros da Igreja em Corinto a se manterem unidos num único objetivo, o de servir a Deus.
1 Coríntios 1:10: “Irmãos, peço, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês. Sejam completamente unidos num só pensamento e numa só intenção”
Diante do lemos acima quero destacar 03 motivos para vivermos em união.
1) Devemos viver em união porque é a vontade de Deus:
Vejamos o que Jesus diz em João 17:20-21: “20 Não peço somente por eles, mas também em favor das pessoas que vão crer em mim por meio da mensagem deles. 21 E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste”.
Jesus fez uma oração declarando seu desejo que todos os que cressem Nele tivessem a união que ele tinha com o Pai.
Jesus tem uma preocupação especial em nos ordenar a vida em união porque uma igreja dividida não prospera. Em Mateus 12:25 percebemos claramente este princípio: “25 Mas Jesus, sabendo o que eles pensavam, disse-lhes:
— Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá..
Paulo igualmente se preocupa com a união ao orientar a igreja de Éfeso:(Ef 4.1-6).
“Rogo-vos, pois, eu, prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um Corpo e um Espírito, como fostes chamados numa só esperança da vossa vocação, há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, a qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”
É da vontade de Deus que vivamos em união, e para isso, precisamos nos esforçar para vivermos assim no ambiente em que estamos e principalmente na Igreja com os nossos irmãos. Uma Igreja unida no objetivo de cumprir a vontade de Deus é uma Igreja forte e saudável.
2) Devemos viver em união porque na união Deus ordena benção:
Vejamos o que diz Salmo 133:1-3: “Oh, como bom e agradável viverem unidos os irmãos, pois ali o Senhor ordena a sua benção. É como óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba de Arão e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom que desce sobres os montes de Sião. Ali ordena o Senhor a sua benção e a vida para sempre”
A união é comparada nestes versos a um óleo precioso e ao orvalho do Hermon.
O verso dois descreve que esse “viver em união” deve ser como o óleo precioso derramado desde a cabeça, e que desce sobre a barba de Arão até a gola de suas veste. Isto se trata de uma referência à consagração do sacerdote. O óleo deveria descer sobre toda a sua veste sacerdotal. Portanto, entendemos que a consagração deve ser plena e absoluta. A ideia que o texto pretende transmitir é a seguinte: a união entre os irmãos deve ter relacionamento, de santidade e comunhão total, não é ungir só a cabeça, mas todo corpo, somos membros do corpo de Cristo. Não pode haver santificação verdadeira perante Deus sem vivermos em unidade. A santificação se evidencia pela prática da união entre os irmãos.
O Salmo 133 diz também que a união fraternal é como o orvalho do monte Hermom quando desce sobre os montes de Sião. O monte Hermom está situado numa região muito marcada pela umidade por ser cheia de água. Isso faz um contraste com as regiões desérticas do Sul da Palestina. Portanto, a região do Hermom é marcada pela prosperidade e pela frutificação. Logo, a união que Deus deseja é acompanhada pela bênção da santificação, da prosperidade e da frutificação que Deus concede a partir dos montes de Sião (ver. 3). O importante é que o Senhor é quem sustenta isso. É uma benção completa para todos nós.
São muitos os exemplos onde houve a unidade dos irmãos. Do novo testamento até os dias de hoje e ali o Senhor ordenou a sua benção. Como exemplo podemos citar a promessa do Espírito Santo em Pentecostes. Jesus havia feito um pedido a seus discípulos que não dispersassem, nem se ausentassem de Jerusalém até que fossem revestidos de poder. Isto era uma promessa tremenda que se cumpriu (Lc 24.49) 49 Eis que envio sobre vocês a promessa de meu Pai; permaneçam, pois, na cidade, até que vocês sejam revestidos do poder que vem do alto.
E Jesus confirma mais uma vez a sua promessa.
(At 1:3-4). 3 Depois de ter padecido, Jesus se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus. 4 E, comendo com eles, deu-lhes esta ordem:
— Não se afastem de Jerusalém, mas esperem a promessa do Pai, a qual vocês ouviram de mim.
Que estratégia magnífica do Senhor ter feito justamente na Festa de Pentecostes onde estariam todos reunidos, judeus e gentios (At 2.1; 9-11). E realmente o Senhor ordenou as suas bênçãos e muitos prodígios e sinais foram feitos por eles. Em (At 2.41), diz, (quase três mil pessoas) aceitaram a palavra ministrada pelos seus discípulos que na unção do Espírito Santo pregava Jesus como o único Salvador e foram batizados.
Com essa unidade se havia perseverança, temor a Deus, alegria, singeleza de coração, louvores a Deus e um fato maravilhoso: contavam com a simpatia do povo. Tudo isso feito através de uma obediência a Deus acima dos próprios interesses. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum (At 2.42-44) 42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por meio dos apóstolos. 44 Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
O coração e a mente deles estavam unidos em um propósito. O de propagar o Reino de Deus. Não se preocupam cada qual pelo que era somente seu, mas havia vontade de ver todos cheios da graça e do poder de Deus.
(At 4.32-33) 32 Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. 33 Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
A ponto de não haver necessidade entre eles (At 4.34-35). ‘’34 Não havia nenhum necessitado entre eles, porque os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes 35 e os depositavam aos pés dos apóstolos; então se distribuía a cada um conforme a sua necessidade’’.
A unidade era tamanha que ao orarem tremeu o lugar onde estavam reunidos e ficavam cheios do Espírito Santo (At 4.31) e quando se reuniam no Pórtico de Salomão muitos sinais e prodígios eram feitos, contando sempre com a admiração do povo (At 5.12-14).
12 Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E todos costumavam se reunir, de comum acordo, no Pórtico de Salomão. 13 Mas, dos restantes, ninguém ousava juntar-se a eles; porém o povo tinha grande admiração por eles. 14 E aumentava sempre mais o número de crentes no Senhor, uma multidão de homens e mulheres, 15 a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse sobre alguns deles. 16 Vinha também muita gente das cidades vizinhas de Jerusalém, levando doentes e atormentados por espíritos imundos, e todos eram curados.
O salmista exalta a importância da união entre os irmãos e o resultado dessa atitude, Deus ordena benção e vida para sempre.
Precisamos ter o prazer de vivermos em união uns com os outros, a disponibilidade de nos doarmos sem qualquer tipo de interesse pessoal. Uma Igreja que procura viver assim com certeza tem vida e benção de Deus sempre.
3) Porque quando há união, há também crescimento: Atos 2:42-47
42 E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações. 43 Os apóstolos faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de temor. 44 Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham. 45 Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um. 46 Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade. 47 Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas.
O crescimento numérico da igreja não é mágico; deve ser fruto do ardor e da paixão de falar de Cristo às pessoas; ir ao mundo e, no meio da sociedade corrompida pelo pecado, ser sal da terra e luz do mundo. Jamais o crescimento numérico deve ser um fim em si mesmo, mas um meio para que o nome de Deus seja glorificado e exaltado.
Os membros da Igreja primitiva tinham o prazer em se manterem unidos em tudo, a atitude dessa Igreja chamou a atenção de todos e Deus acrescentava as vidas que haviam de se salvar.
Um desafio para a Igreja de Cristo é de se manter unida em todo tempo, focada em um único objetivo, levar a mensagem de salvação a todos. Vivendo assim, Deus acrescentará as pessoas à Igreja.
“Sejamos sempre instrumentos de união no lugar que Deus nos colocar, lembrando sempre, que se existem divisões elas são provocadas por nós mesmos.”
Conclusão
Durante a era glacial muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, se agasalhar e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver de forma que não ficavam nem tão distantes e nem tão próximos uns dos outros numa distância suficiente para que pudessem se agasalhar.
E assim sobreviveram…
A moral desta história é que sozinhos corremos um grande risco de sairmos perdendo diante das lutas da vida. A união nos faz vencer as lutas e nos tornarmos uma igreja mais forte diante das adversidades.
Paulo sabiamente recomendou aos irmãos da Igreja de Corinto: 1 Coríntios 1:10
“Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, e, sim, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer”.
Que Deus abençoe sua vida e nos ajude a vivermos em unidades.
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